Por Marcelo Batista de Sousa *
Como é possível que um país como o Brasil, com escolas tão ruins, como andam dizendo, esteja batendo recordes e ostentando índices de desenvolvimento de causar inveja ao Primeiro Mundo? Afinal, há menos de um século ao contrário da Europa, que levou séculos para atingir o desenvolvimento , éramos uma comunidade de índios, com indicadores sociais vergonhosos, e hoje fazemos parte do cobiçado time de países emergentes considerados elite entre as nações em desenvolvimento, conhecido por Bric sigla criada a partir das iniciais de Brasil, Rússia, Índia e China.
Para que se tenha uma noção mais exata do crescimento nacional, é importante lembrar que, em menos de um século, o PIB aumentou 157 vezes. No mesmo período, o PIB dos EUA aumentou 53 vezes, e o do Japão, 84. Sim, lideramos o crescimento mundial.
Como muito bem lembramos, por volta da II Guerra Mundial, importávamos palitos, sapatos, biscoitos, lápis, manteiga, banha, cerveja, tecidos e roupas. O Brasil deu um salto gigantesco. Além de industrializado, estamos à frente da Alemanha em produção de automóveis. Somos líder no agronegócio.
É preciso dizer que nem tudo são flores. Sim, os indicadores sociais precisam subir mais, mas já melhoraram. O fato é que, em torno da educação brasileira, foram criadas falsas ideias que têm prejudicado seriamente a adoção de medidas necessárias para melhorá-la. E a principal delas é entender que boa parte da visão negativa que muitos têm da educação no Brasil é ligada a mitos. Isso não significa que não existam problemas. A busca da excelência exige empenho de todos – tanto das escolas governamentais quanto das particulares.
Trata-se de um imperativo que diz respeito não apenas a considerações de justiça e equidade social, mas também ao futuro do país.
* Professor, Presidente do SINEPE/SC