Por Professor Marcelo Batista de Sousa *
Seu candidato sabe explicar por que tem gente que fica dias na fila para conseguir uma vaga na escola? Ou por que tem crianças estudando em salas de aula improvisadas, sem porta e sem janela? Sugiro que o leitor reflita: se você concluir que seu candidato não apresenta ideias claras e viáveis para valorizar a educação, mude de candidato. Lembre-se, só a escola corrige o Brasil.
Para estupefação geral, os meios de comunicação destacaram, neste início de ano letivo, que, em Navegantes, crianças da segunda série estão estudando em salas de aulas improvisadas em três tendas, sob o sol escaldante dos últimos dias. O motivo é absolutamente negligente: a prefeitura diz que foi surpreendida pelo número de matrículas.
Outra notícia que mereceu a atenção da mídia foi a falta de vagas nas 78 creches da prefeitura de Florianópolis, onde cerca de 4 mil crianças aguardam acesso. Vaga, só com atestado de pobreza, e olhe lá, por que o QI (o famoso quem indica) é quase sempre prioritário.
Em maior ou menor gravidade, esse descalabro se repete país afora. É o verdadeiro problema da educação brasileira. E que todo candidato a político tem a obrigação de conhecer – mesmo porque, para encontrar a solução, é preciso ter a visão correta do problema.
Fatos como esses relatados acima, que acabam com a autoconfiança e com o amor-próprio das crianças e seus pais, precisam mesmo da atenção da coletividade. Não é um problema só dos governos e dos políticos. E compete ao eleitor, neste ano em que dia 3 de outubro vamos escolher o novo presidente da República, os governadores dos 26 estados (e do Distrito Federal) e os representantes da população nas Assembleias Legislativas, na Câmara dos Deputados, no Senado Federal e, pela primeira vez, no Parlamento do Mercosul, votar nos candidatos que apresentarem soluções para essas questões que você acabou de ler.
* PRESIDENTE DO SINDICATO DAS ESCOLAS PARTICULARES DE SANTA CATARINA
Publicado no Diário Catarinense - 9 de março de 2010 | N° 8737 - ARTIGOS